domingo, 5 de setembro de 2010

Para sempre é sempre por um triz.

Me intriga não saber buscar meus sonhos e você em um só tempo. Só a convivência satisfaz uma lacuna estranha. Satisfação estranha. Como se só a companhia bastasse mas ao mesmo tempo segredos de liquidificador são o utópico aguardar.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

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E me estilhaça o coração
Ana fora de minha vida
Anafórica que sou.

sábado, 21 de agosto de 2010

E se.

Talvez o que há de errado é o justo pensar que algo de errado se tem.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Tempo, tempo, tempo, mano velho.

Ando precisando de um tempo pra mim. Um tempo só meu comigo mesma. Sem ferramentas de integração social ou telefones celulares: não. Só eu na minha bolha. A verdade é que essas duas semanas sem viver ligada na tomada me fizeram refletir sobre certas questões que nunca haviam passado pela minha cabeça. São tantos desejos, objetivos, paixões e confissões que me vi entrelaçada nas confusões que eu não tinha tempo de analisar por conta da minha rotina maluca de pré-vestibulanda-psico-frenética. Acabei por não estudar o quanto deveria durante as duas semanas, o que me deixa com um certo peso na consciência, sim. Mas acredito que esse momento seja tão importante (ou mais importante) que uma vaga em uma faculdade foda (mesmo que essa reflexão toda me custe tal vaga). O auto-conhecimento é de absurda importância na vida de todos. A aparência, por sua vez, às vezes destrói o auto-conhecimento. Tritura-o. E é incrível como parte das pessoas que conheço permite que isso aconteça. Eu não. Tenho plena consciência de que ninguém vive de aparências e que antes mostrar o que realmente se é a apodrecer camurflada em um rostinho bonito que atenda aos moldes capixabas. Então, entendidos ou não, aí vou eu. Sei que não costumo muito falar tão 'abertamente' nesse blog, e que normalmente escrevo maluquices ou fixões, mas o desabafo foi necessário, acredite. O fato é que seres humanos são muito mais do que aparentam ser. E eu, como boa ser humana que sou, não fujo à regra.

Nothing's gonna change my world.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Porque metade de mim é o que eu sinto, e a outra metade eu não sei.

Amizade é sim o que há de mais nobre nos sentimentos por mim já sentidos, mas até onde ela é valia eu já não sei mais. Vi-me em muitos momentos cega por pensar que o amado ama a quem se doa no ato de amar, mas acabei por colocar uma casca de banana bem sob meu próximo passo. A anestesia que costumava usar não adormece mais a saudade que me corrói por dentro, que toma uma proporção abrangente e significativa do meu eu. Grita, esmurra, esperneia... Locomovendo-se do coração, ao estômago, à coluna vertebral. A compaixão é traiçoeira. O coração fala em códigos que nem eu aprendi a decifrá-los ainda. E imagino, sim, que algumas outras almas pensantes tenham chegado a uma certa conclusão que converge à que cheguei. Mas é necessária a compreensão de que pessoas assim amam em excesso. Todo excesso é prejudicial. O desapego tem me chamado ao pé do ouvido. Chamado por atenção, me aconselha, me pega pra criar, já que se apegando demais me tornei uma máquina quebrada de amar. Venha cá então, menino. Vamos ver como é uma vida sem grandes expressões, afinal de contas, todo cuidado é pouco. Quem avisa, amigo é. E é por meio deste singelo e sincero vômito na primeira pessoa que confesso: você venceu.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O eu gosta é do estrago.

Egoísmo, às vezes, fala mais alto: suga tudo que podes, menina! Não perde tempo, prende a respiração! Minha nossa, quem foi que fez esse estrago? É, fui eu. Não admiti, mas fui. Foi o eu que estava preso sobre a pele, o eu que atravessava a garganta. O impulsivo do eu. O eu que sabe que quem ouve sabe que fala, depois pensa. O eu, não eu mesma. O eu doméstico roubou o sentimento de cada dia só pra mim e não dividiu com ninguém. Eu tenho mais fome de alma.

O silêncio sempre fala por todos.

Antônia.

Apoiou o prato de comida sobre a pia e almoçou alí mesmo. Tamanho era o seu desgosto. Cara feia, não tinha fome. Engolia a comida mal mastigada só para não se fazer desnutrida. Tamanho era o seu desgosto. Morrer não desejava, apesar do desgosto, porque sentia o ser feliz perto. Mas na mesa não ia se sentar, ah, mas nem morta, pensou. Respirava ofegante da raiva alojada bem lá dentro. Não quis comer tudo. A verdade é que a comida daquele vagabundo estava um nojo só. Jogou o prato dentro da pia, nem fez questão de colocar os restos no lixo. Foi para o quarto. Bateu a porta. Tamanho era o seu desgosto.

Pietro.

Olhava um ponto fixo no chão. Segurava o garfo imóvel com os punhos sob a mesa. A toalha era a mais bonita que tinham, ganhada da bisa. Só usavam para festividades. Sobrancelhas levemente levantadas, boca seca, coração doído. Não sabia como explicar a sua irmã o que ocorrera, não que lá ouvesse uma explicação concreta. Ela era frágil, porém mais velha e cheia de atitudes... Céus, como ele tinha medo. Já era quase um homem feito e sentia o medo que o consumia inteiro. Medo que o derretia, que o controlava, que lhe embrulhava o estômago. Tinha saudades do pai que morrera há alguns meses, mas ao mesmo tempo sentia ter traído o homem que o colocou no mundo. Que sem ele Pietro era pó. Olhou para a amada sentada a sua frente. Sorriu sutil, só com o canto da boca, sem mostrar os dentes. Porém os olhos não sorriam também. Não tinha fome. Normalmente não gostava de comer a comida que ele mesmo havia preparado.

Manuela.

Ela amava ele. Amava muito. Queria que Antônia entendesse que amor de verdade não se limita. Mas essa frase era um tanto quanto clichê para uma menina revoltada. Seu olho enchera de lágrimas. Deveria ter deixado esse romance às escondidas como estava. Não, não deveria, pensou. Era como se estivesse sendo vigiada pelo marido. Pelo ex-marido. Ato falho. Mas, meu Deus, uma pessoa não pode acabar apaixonada por duas outras? Estava mal. Porém, no fundo, feliz. Amava e era recíproco. Não era esse o desejo da massa? Conseguira. Sentia-se um pouco louca por, naquele momento, gostar de ser viúva. Que pensamentos são esses, Manuela! Mal sabiam eles que nem os nossos próprios pensamentos controlamos. Não quis almoçar. Estava enjoada, a gravidez era precoce. Sentia o arrependimento vivo por dentro amassando-lhe os órgãos. Talvez aquela não teria sido a melhor maneira de contar à própria filha que estava apaixoanda pelo próprio filho.
Vamos nos deitar, Pietro? Vai dar tudo certo.
Deixaram os pratos feitos encima da mesa. Dormiram juntos. Acordaram. Não, não foi um sonho, Pietro. Choraram.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Rótulos, pra que te querem...

"Foi quando o meu pai me disse: filha, você é a ovelha negra da família". Rita Lee.

Certas pessoas têm certas manias. Dissecam no simples ato de olhar, esperando que todos os microscópicos pedaços da carne sejam o conjunto de um ser homogêneo. Mesma cor, mesmo cheiro, mesma textura. Quando encontram um vestígio de sangue em um tom acima do vermelho vivo, chegado no vinho, no roxo, é certo: há algo de errado com essa senhorita. Possuidores da necessidade de organizar pessoas em caixas de papelão são os também possuidores da desordem do 'consigo próprio'.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Desapegando-se em 3, 2, 1...

Ofereci um talho do pronome possessivo a quem se ama, mas não o quiseram.

sábado, 5 de junho de 2010

Epifebril.

Não cuidei dos meus pés o quanto deveria. Hoje entraram em greve. Estão de mal comigo, me deixaram na mão. Me deixaram na mão... Me deixaram na mão do palhaço. Palhaço este com olhos feito dois buracos negros, olhos sem fim que acabavam em algum lugar onde eu queria chegar (mesmo sem poder). Meus pés, não controlo mais. Durante anos mandei eles correrem pra chegar no que era bom só pro coração. Pra eles: nada.
- O cheiro aqui está meio ruim - o coração dizia.
E eu, então, mandava correrem em outra direção.
- Direita!
(...)
- Eu disse esquerda, vocês dois é que estão surdos!
- Olha, aqui ainda está verde. Quer esperar? - o coração.
Eu, esperar? Onde já se viu?
- Pés, subam aquela escadaria! Agora pulem!
O coração se adiantava:
- Aqui dá pra ficar por uns dias... Não! Não! Nem pensar! Mas que chatice essa coisa de nunca ver a minha amiga adrenalina. Vamos embora daqui.
Assim foi por algum tempo. Sem carinho nenhum, meus pés cansaram de pegar sempre o caminho mais longo. Desistiram de mim. Não fui democrática. Perdi. Agora resta esperar que outros pés venham pra cá.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Meus heróis morreram de gripe.

Usava sempre o mesmo all star sujo e a mesma mochila com alguma estampa infantil. A expressão no rosto era idêntica à do dia anterior: salada de indiferença com raiva e alegria. Era indecifrável, coisa que alguns já haviam tentado fazer mas a maioria não despertava interesse. O próprio contraste com tronco, pernas e braços. As palavras saiam aos tropeções de sua boca e eram o motivo da risada mal camurflada dos poucos que a rodeavam. Cabelos loiros mal presos num rabo de cavalo característico. Os olhos tinham uma cor nova, nunca antes vista. Era pontual. Gostava de calor. Possuidora de uma inteligência invejável por todos (que não admitiam).

Às sextas ia sempre ao mesmo bar. Era longe, mas gostava de andar. Abria a mochila, pegava um cigarro. Fumava-o, mas sem prazer. O por quê de fumar não sabia ao certo. Sentava sempre no mesmo lugar. No exato centro do bar. Mesa para dois. Antes de sentar tirava sempre a outra cadeira para não ter que olhar nos olhos de quem viesse perguntar: 'você está ocupando esta?'. Não gostava de olhar nos olhos. Decifrariam a cor deles.

Chegava sempre cedo ao bar para não perder sua mesa. Não fazia sinal ao garçon, ele já sabia que ela queria um chopp com muito colarinho. Sentava na área para não fumantes. Lia um livro e bebia durante horas.

Era sempre a última a sair do bar. Pagava a conta, voltava andando, confundindo o meio fio com suas próprias pernas. Abria a mochila e pegava um cigarro. Ia pensando nas idéias mais impressionantes que algum ser errante poderia concluir. Era fantástica. Mas seus feitos eram todos desprezados (ou invisíveis). Chegava, dormia.

Acordava. Ou não. Sabia que os densos demais acabavam afogando-se no próprio ar.

Versus a cabeça.

- Vai!
- Não quero...
- Ande logo!
- Mas...
- Como és covarde!
- Não sou!
- E como!
- Só não quero me desvairar com o escuro que é esse finito.
- Doida já estás, só resta completar o feito.
- Não fale assim!
- Falo assim, sim. Ando recebendo para isso.
- Como és ácido...
- Orgulho tenho!
- Vou voltar.
- Não vai!
- Minhas pernas não controlas.
- Mas controlo a psiquê.
- Oi?
- Esqueça. Pule!
- Não vou!
- Vai sim. Não há mais o que fazer nessa dimensão. Amigos não tens mais, família abandonas-te. És companhia de si mesma. Que graça há nisso?
- Não sei... Vou pular.
- Finalmente!
- Não... Não quero!
- Céus! Será melhor!
- Pois pule então!
- Não posso, não tenho joelhos. Estou preso a você. Agora, quer acabar logo com isso?
- Como és malcriado!
- Culpe a si mesma por isso!
- Cale-se!
- Não! Pule!
- Não! Ai, mas cadê o anjo nessas horas?
- Dei cabo dele faz tempo. Não mandei colocarem nós dois a um pescoço de distância. Ande, pule logo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Quick question.

Quando é que vão entender que seres humanos são incomparáveis?

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Me perdoa, coração. A culpa não é minha.

I would erase you if I could.

Ele existiu. Viveu. Gargalhou e me pisoteou. Extraiu a melhor essência de mim, que foi toda pelo ralo. Toda pelo esgoto, com os ratos. Ele morreu pra mim, mas retorna sempre que quer. Eu quero. Retorna trazendo de volta o meu interior, meu subconsciente. Depois me desaba quando quer. Eu não quero. Um ciclo vicioso. Me deixa fora de mim. Fico vagando por algum tempo. Só a casca. Só o corpo. Só a carcaça. Ando sem direção, tropeço nos próprios pés. Fico cega. Fico oca. Esperando que ele chegue e coloque a carne que havia dentro de mim e não tire mais. Quando ele faz da minha carne triste quase feliz. A beleza da minha alma. I'm fine without you.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Terei rugas aos 30.

Orgulho-me. Terei rugas aos 30, e quero. Sorrir, encanta. Viver... Sentir todos os simples segundos, os cheiros. Deixar trasparecer o acre. O doce. O bom. Deixar transparecer o desgosto, o gosto e o mau gosto. Encanta-me esse pequeno detalhe, e tão relevante. Desprender-se do cômodo. Abrir mão de dias rotineiros em troca do satisfazer. Abandonar-se. Consumir-se em um dia, e no outro reconstruir os cacos da noite passada. Aproveitar as drogas sentimentais ilícitas desconhecidas pela maioria. Desperdiçar, transbortar, supersaturar. Ruga... Tanto a do canto da boca, quanto a entre as sombrancellhas. Preciosidades. Termometro da vida. Isso não escapa da ausência e saudade que estou de mim.
Não ao botox cotidiado.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Palavras.

Palavras, palavras, pa la vras, palavras. Palavras... Momentos.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pequena crônica de um dia sem fim.

A mão esquerda já carbonizou. A direita não ponho por mais ninguém.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Welfare Mind.

Há algum sentimento mais gostoso de ser sentido do que a sutileza da simplicidade? A pele parece camurça, os cabelos algodão. O sol no ponto certo. Tudo parece, e é, perfeito para os olhos de quem vê. O perfume mais agradável se estagna por debaixo das narinas. Só os que vivem, sentem o estado de bem-estar mental. Matéria prima da sinestesia.

Sem título.

mãos, pra que te quero
mas não as minhas mãos
mas as tuas mãos nas minhas mãos
porque trocaria as minhas,
pelas tuas
junto a mim.

Definição fotográfica.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ela.

Agradabilíssima. Nada era capaz de fazê-la mudar seu constante senso de humor. Diversas pessoas desejaram, ao menos por um segundo, serem possuidoras daquele equilíbrio inquestionável. Nunca contestou seus pais. A sutileza reinava os traços do seu rosto. Era tão verdade que sempre foi rodeada pelos mais diversos sujeitos que buscavam de alguma forma, sugar aquele mel todo. Era totalmente previsível, seus passos, suas observações. Não provocava medo algum em quem quer que fosse. Mas os caminhos tortuosos da vida não me deixaram observá-la por mais que alguns anos. Não sei por onde ela anda, se é que tem pernas, joelhos e articulações. Todos os seus dependentes estão perdidos pelo mundo, o mutualismo foi interrompido.

Aonde está você, consciência?

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Young Twiggy.


















Os olhos são o que as pessoas têm de mais precioso.

Mimesis Aristotélica.

"Mente vazia, oficina do diabo". Tão clássico quanto Grease, porém deveras verdadeiro (por mais pleonástico que isso possa soar). Tudo está caminhando conforme o suspirado. O subconsciente está voltando ao que era antes. E isso é de grande satisfação... se é! O ar até chega mais confortável aos pulmões, o sono é mais denso, os sonhos mais interessantes e a risada mais gostosa. Como se o coração estivesse feliz em bater, afinal de contas, a dita "luz no fim do túnel" não está tão no fim. Ou, o fim é que não está tão longe quanto antes.

Mas uma coisa é certa: grandes realizações vêm causando uma sutil depressão. Isso porque a recepção calorosa da pessoa certa no momento certo não existe. Claro, fato: não há imitação que a recompense. Lembrando-se sempre de uma coisa: a mudança é a lei da vida. E é isso que coloco em prática no momento.

Sorte.

Retórica.

O eu lírico aqui sou eu mesma.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Elis.

"Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo que fizemos ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais".

Semiótica do Desencontro.

Segue uma das melhores coisas que já li:

"Fantasy love is much better than reality love. Never doing it is very exciting. The most exciting attractions are between two opposites that never meet".

Andy Warhol.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Sarcasmo Crônico.

1.

"Os segundos serão os penúltimos".

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ato falho por entre a Idade Média.

Perder a rédia dos pensamentos. Se afogar nas imaginações mirabolantes e olhar no relógio assustada com o tempo que não esperou. Descontrole de certos movimento, os olhos, a procura. Coração apertado. Ansiedade. A salada desse sentimentos é o que há de mais apavorante no mercado.

Isso tudo por conta de algo tão incerto, tão inexistente, tão... platônico!

Platão disse que o chamado mundo das idéias é ideal. O corpo, aprisionando a alma, não nos permite descobrir como exatamente é esse tal mundo perfeito. O que sentimos aqui, nessa vida, é uma cópia mal feita do que há lá, sabe-se lá aonde.

Estou na caverna. Aquela. E arrisco dizer que (já) estou com medo de provar o mundo desfeito de sombras. A verdade, nua e crua, pode pecar pelas imperfeições... cravos e espinhas.

A distância deixa o foco sensibilizado. E isso de certa forma é vantajoso. Mas meu caro, devolva a minha concentração.
E seguindo para Aristóteles...

Oca em demasia.

Tentativa de organizar certa confusão mental.

O ser humano gosta de se aventurar. Precauções são estupidamente teóricas e isso é um fato que poucos até hoje perceberam. A verdade é que só se sabe o gosto de algo depois que se prova. Pode até ser veneno, não importa. Se o frasco for vistoso, atropela-se quem mais se ama.

Vamos nos, porem vestidos.

Cada um tem um significado pra "nostalgia". Nostalgia, pra mim, é comer manga vendo Tom e Jerry. É fingir estar dormindo na viagem de volta pra casa pra ouvir o que os adultos falam. É ouvir música clássica, Pato Fu, Chico e 14 Bis. É pintar quadros sentada em um lençol velho na área de serviço. É tomar suco de groselha. É cantar Beatles tomando vento no rosto sentada no carona do carro. É inventar moda. É dançar na chuva. É comer biscoito de água e sal com catchup. É não ligar pra roupa. É brinca de bola d'água. É levar 15 amigas pra dormir em casa. É Fantasma da Ópera, Harry Potter, desenhos da Disney. É ser chamada de Beatriz. É morar a 2. É fazer os outros rirem. É cheiro de lavanda. É brincar de travesseiro. É brincar de torta na cara e demorar horas tirando a massa do cabelo. É ter conversas interessantes. É ser livre. É abraço, beijo. É "cara pálida", "pessoas", "je suis desolé", Cla, filhota, figura. Nostalgia são detalhes. Nostalgia, pra mim, é sinônimo de Ana.

domingo, 18 de abril de 2010

Drummond de Andróide.

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que descobriu tudo pelo Orkut.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

-

Vendo a vista.
Sem crase.

terça-feira, 30 de março de 2010

Certos fotógrafos são o máximo.

Tão a flor da pele.

Ando, caminho, bóio, flutuo a flor da pele. Não sei ao certo. O que sinto não existe. Não tem nome. Posso patentear. Patentearia com o nome de Novo. Tudo é relativo, mas tudo faz sentido.

A verdade é que tenho medo desse sentimento já ter existido em tempos remotos. Mas quando morre alguém, o sentimento 'novo' morre junto. Morre até que alguém venha a senti-lo novamente, o mesmo exato 'novo-velho' sentimento. É genético?

Há algum tempo me descobri denovo. Estava com saudades de mim... há temos já não era a mesma. Vim então catando os restos de mim e reconstruindo alguém que havia se perdido pelo caminho. Caminho esse que a sociedade na qual fui inserida, construiu. Não achei algumas metades de mim. Ainda. Ou não.

Certas meias metades de mim são outros. Estão longe. Descobri certos alguéns que fizeram parte da pessoa que fui no passado, no presente e no futuro. Sou rei de mim. Os outros são apenas os bobos e bobas da corte. Eles lá têm suas respectivas importâncias.

Afinal de contas, já dizia o bom e velho Leminski: acordei bemol, tudo estava sustenido. Sol fazia, só não fazia sentido.
E realmente não faz.

Mas chega de primeira pessoa. Vamos falar de você?

domingo, 14 de março de 2010

Seca.

Às vezes venho com intuido de escrever algo e as palavras não me vêm à cabeça. São tantos objetivos, metas, sonhos, que no momento nem eu consigo ordená-los. E certos dias passo mais tempo imaginando os mesmos, que correndo atrás deles. Me pego imersa em pensamentos mirabolante de como tornar os fatos que almejo, realidade. Acabou que estou seca.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Anônimo.

Descobri que sou intangível. Descobri que sinto falta dos meus amigos. Descobri que sinto falta da família. Descobri que sinto falta de mim mesma. Descobri que às vezes idealizo, mesmo apedrejando tal ação de idealizar. Descobri que desejo me desapegar. Descobri que desejo me apegar ao que não possuo. Descobri que odeio gente que me toca de alguma forma. Descobri que odeio aqueles que 'pinicam'. Descobri que meu coração vem à boca constantemente. Descobri que não sei usar as palavras quando preciso delas. Descobri que quero o que não tenho. Descobri o poder que tenho. Descobri que tenho um, mas queria outro. Descobri que sou intangível. Descobri que cansei de descobrir.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

"O que me consome, eu consumo e some.".

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O Eu.

eu gosto é da liberdade.
e quem me dera,
se eu pudesse senti-la.
só.
sozinho.
preciso de um outro alguém,
de um vício.
liberdade e as palavras vêm soltas
vomitadas do meu ser
do meu eu
do meu eu-lírico.

Será?

Estou lendo o Mundo de Sofia. Fiquei meio encucada com uma certa frase que li. A frase era a seguinte: "a única coisa que precisamos para nos tornarmos bons filósofos é a capacidade de nos admirarmos com as coisas". Digamos que essa seja uma óbvia conclusão. Mas fiquei encucada com o seguinte: que há de bom em ser filósofo? As poucas pessoas que conheci pessoalmente que pensavam demais nas coisas, acabaram por ficar loucas ou morreram. Sem tirar as várias que não conheci pessoalmente! Eu, de fato, me admiro excessivamente com certas questões e, sinceramente, não venho me orgulhando muito disso. Observando outras pessoas que possuem o cérebro de minhoca e estão cagando e andando pro que acontece com o mundo ou com os indivíduos que nele vivem em diferentes situações, percebi que elas me pareciam mais felizes. Então, repito: o que há de bom em ser filósofo? Porque não me tornar adepta ao 'preguiça ideológica' life style e ser feliz para sempre?

Não sei.

Quem disse que não se pode ser feliz sem o que realmente se quer? Sonhadores assim vivem. Porque não há nada de mais intenso do que pensar que amanhã se pode conquistar algo mais. Todos sabem que a canção de fato é finita. Mas quem faz dessa música a mais bonita possível dorme tranquilo no fim. Clichês a parte, é claro.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Meu mundo.

Sem a constante interação dos opostos o mundo deixaria de existir.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Toda canção é finita.

Estranho como ando com um senso de organização tremendo. Sinto como se tivesse que organizar meu quarto todos os dias, tirar as roupas do armário e arrumá-las por cor, ou tamanho, ou estilos... Sinto como se devesse arrumar os arquivos do meu computador em pastas, todos com nomes específicos e extremamente metódicos. Vá saber o que isso significa, mas boa coisa não deve ser.

Começei essa coisa por simplesmente descobrir que diários de papel são uma farsa. É óbvio que quando você está ausente existe alguém deitado na sua cama lendo as idiotices que você escreveu quando terminou com o namorado. Fato consumado. Decidi apelar para os virtuais. Não que eu seja uma ótima escritora e queira publicar minhas idéias que não fazem sentido algum, longe disso. É algo particular.

Ah, diga-se de passagem: "Canção Finita". Como uma homenagem à senhora minha mãe. Quem entende, entende.